sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

(Lição 04) Bullying e Cyberbullying

O que é bullying e cyberbullying e o quanto estão presentes em nossa sociedade


Bullying é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully ou "valentão") ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.

Caracterização do bullying
No uso coloquial entre falantes de língua inglesa, bullying é frequentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais fraco.

O cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan Olweus define bullying em três termos essenciais:
  • o comportamento é agressivo e negativo;
  • o comportamento é executado repetidamente;
  • o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
bullying divide-se em duas categorias:
  • bullying direto;
  • bullying indireto, também conhecido como agressão social
bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A agressão social ou bullying indireto é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido através de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:
  • espalhar comentários;
  • recusa em se socializar com a vítima;
  • intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;
  • criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc).
bullying pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende somente da percepção da vítima, que parece estar a mais intimidada para oferecer alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.

Os atos de bullying configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso ordenamento jurídico, mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex: dignidade da pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. A responsabilidade pela prática de atos de bullying pode se enquadrar também no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram nesse contexto.

Características dos bullies
Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que um deficiente em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser fatores de risco em particular.

Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do bullying, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de autoestima. Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a autoimagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas.

É frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância: "Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta".

bullying não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o bullying frequentemente funciona através de abuso psicológico ou verbal.

Tipos de bullying
Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Abaixo, alguns exemplos das técnicas de bullying:
  • Insultar a vítima; acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada.
  • Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.
  • Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os.
  • Espalhar rumores negativos sobre a vítima.
  • Depreciar a vítima sem qualquer motivo.
  • Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando a vítima para seguir as ordens.
  • Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully.
  • Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência.
  • Isolamento social da vítima.
  • Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento, de publicação de fotos, etc).
  • Chantagem.
  • Expressões ameaçadoras.
  • Grafitagem depreciativa.
  • Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com frequência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").
Locais de bullying
bullying pode acontecer em qualquer contexto no qual seres humanos interajam, tais como escolas, universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho.

a) Escolas
Em escolas, o bullying geralmente ocorre em áreas com supervisão adulta mínima ou inexistente. Ele pode acontecer em praticamente qualquer parte, dentro ou fora do prédio da escola.

Os que sofrem bullying na escola acabam desenvolvendo problemas psíquicos muitas vezes irreversíveis, que podem até levar a atitudes extremas, como suicídio e assassinato.

Nos Estados Unidos há diversos relatos de tiroteios em escolas (por exemplo, o massacre de Columbine), em que muitas das crianças e adolescentes envolvidos afirmavam ser vítimas de bullies. Elas disseram que somente haviam recorrido à violência depois que a administração da escola havia falhado repetidamente em intervir. Em muitos destes casos, as vítimas dos atiradores processaram tanto as famílias dos atiradores quanto as escolas.

Como resultado destas tendências, escolas em muitos países passaram a desencorajar fortemente a prática do bullying, com programas projetados para promover a cooperação entre os estudantes, bem como o treinamento de alunos como moderadores para intervir na resolução de disputas, configurando uma forma de suporte por parte dos pares.

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos do 6º e 7º anos. Entre todos os entrevistados, pelo menos 17% estavam envolvidos com o problema – seja intimidando alguém, sendo intimidados ou os dois. A forma mais comum é a cibernética (cyberbullying), através do envio de e-mails ofensivos e difamação em sites de relacionamento como o Orkut.

b. Locais de trabalho
bullying em locais de trabalho (algumas vezes chamado de "Bullying Adulto") é descrito pelo Congresso Sindical do Reino Unido como: "Um problema sério que muito frequentemente as pessoas pensam que seja apenas um problema ocasional entre indivíduos. Mas o bullying é mais do que um ataque ocasional de raiva ou briga. É uma intimidação regular e persistente que solapa a integridade e confiança da vítima do bully. E é frequentemente aceita ou mesmo encorajada como parte da cultura da organização".

c. Vizinhanças
Entre vizinhos, o bullying normalmente toma a forma de intimidação por comportamento inconveniente, tais como barulho excessivo para perturbar o sono e os padrões de vida normais, ou fazer queixa às autoridades (tais como a polícia) por incidentes menores ou forjados. O propósito desta forma de comportamento é fazer com que a vítima fique tão desconfortável que acabe por se mudar da propriedade. Nem todo comportamento inconveniente pode ser caracterizado como bullying: a falta de sensibilidade pode ser uma explicação.

Cyberbullying

A principal diferença entre o bullying presencial e o cyberbullying é que o segundo ocorre através das tecnologias de informação e comunicação – por exemplo: celulares e smart phones (tais como, i-Phone, Droid, Blackberry), por meio de torpedos, mensagens, fotos; computadores, por meio de blogse-mails, redes sociais (como Twitter, Orkut, Youtube, MySpace, FaceBook) e programas de comunicação instantânea (como MSN, Messenger, Skype).

Outra distinção interessante é que no cyberbullying o agressor (bully) não precisa ser maior ou mais forte que suas vítimas. De fato, enquanto no bullying presencial a vítima é geralmente mais nova ou mais fraca (física ou psicologicamente) que o agressor, no cyberbullying nem sempre é assim.

"Longe dos olhos, longe do coração"
Como no cyberbullying as ações do agressor têm lugar através das tecnologias de informação e comunicação, em geral o agressor não presencia de forma imediatamente tangível os resultados das suas ações na vítima. Disso resulta que o agressor não vê de imediato o mal que causou, as consequências dos seus atos, o que minimiza quaisquer eventuais sentimentos de remorso ou empatia para com a vítima que pudesse vir a sentir em resultado dessa constatação.

Esta realidade cria, assim, uma situação em que as pessoas podem fazer e dizer coisas na Internet que seriam muito menos propensas a dizer ou fazer presencialmente.

Ações esporádicas tornam-se persistentes
cyberbullying se caracteriza pela persistência, pesquisabilidade, replicabilidade e invisibilidade). De fato, as ações esporádicas não constituem bullying, dado que este se caracteriza por ações repetidas ao longo do tempo. No entanto, em resultado da persistência, pesquisabilidade, replicabilidade e invisibilidade do cyberbullying, aquilo que pode aparentar ser um episódio único na Internet é, na realidade, repetido ao longo do tempo. Um exemplo que ilustra esse fato é o caso do Star Wars Kid, garoto obeso que fez um vídeo caseiro particular imitando os movimentos do filme Star Wars e que teve seu vídeo postado por amigos na internet – o vídeo tornou-se um dos mais assistidos do mundo. A partir daí o adolescente passou a sofrer constantes zombarias e humilhações por parte dos colegas na escola e de pessoas nas ruas. Finalmente, abandonou a escola (todas pelas quais passou) e está sob tratamento psiquiátrico.

Ações em anonimato
Enquanto em geral o bullying é presenciado por testemunhas/observadores no momento em que acontece, o mesmo geralmente não acontece com o cyberbullying, que costuma ocorrer no anonimato, deixando assim as vítimas ainda mais vulneráveis ou desprotegidas.

Constantemente desprotegida
Normalmente a própria casa constitui um refúgio para a vítima de bullying, lugar onde está a salvo das ações do agressor. Mas no cyberbullying, a vítima não fica a salvo do agressor nem na própria casa. Frequentemente ela está em casa ao abrir uma mensagem de correio eletrônico (e-mail), acessar o Instant Messenger (MSN, Skype), ao receber um SMS (torpedo), ao consultar uma rede de relacionamentos (Orkut, Twitter, Facebook, Youtube), ou simplesmente ao navegar numa página da Web. Qualquer uma dessas fontes pode trazer uma surpresa desagradável: insultos, agressões, difamações, humilhações, exposição de imagens, etc.

Fontes:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Miúdos seguros na net
Artigo: Bullying e Cyberbullying: as diferenças, por Tito de Morais

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

(Lição 04) Bullying: inferno na escola

A intimidação das crianças pelos colegas arrasa a autoestima e pode trazer problemas de aprendizado
Por Fernanda Colavitti


Ganhar apelidos maldosos e tornar-se alvo de gozação dos colegas a propósito de algum aspecto da aparência, do jeito de falar ou do comportamento são dificuldades pelas quais qualquer criança pode passar durante a vida escolar. Ou ainda levar um beliscão ou um cascudo, eventualmente, e até voltar para casa com um brinquedo quebrado por alguém da mesma idade. Nada mais natural, já que são meninos e meninas com temperamentos e personalidades diferentes convivendo diariamente em um mesmo espaço, numa fase da vida em que as regras da boa convivência ainda se estão sedimentando. Entretanto, não raras vezes essas atitudes podem descambar para a hostilidade sistemática e conduzir seu filho ao isolamento dentro da turma e à exclusão de atividades recreativas. Há casos em que a agressão física, em geral por alguém mais forte, passa a ser frequente. Espalham-se rumores e até ameaças e roubo se verificam no convívio entre garotos e garotas no colégio.

É uma situação para a qual muitos pais não estão atentos, mas que pode infernizar a vida do filho, afetar seu relacionamento familiar e causar entraves no aprendizado, segundo o pediatra e psiquiatra infantil Christian Gauderer, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "A criança que não consegue fazer parte de um grupo pode passar por sérios problemas emocionais", adverte Gauderer, atualmente nos Estados Unidos, onde faz pesquisas na Universidade de Hackensack. A primeira dificuldade que os pais têm é identificar a ocorrência das pressões, já que a maioria das crianças reluta em falar abertamente sobre o assunto. Isso porque experimentam um sentimento de vergonha por estar sofrendo chacotas ou apanhando na escola, ou ainda por temer retaliações dos agressores. "Um dos sinais mais evidentes é a queda de rendimento escolar e a resistência em ir à aula", explica a especialista em violência infantil Cacilda Paranhos, do Laboratório de Estudos da Criança da Universidade de São Paulo.

De uma maneira geral, o conselho mais repetido entre diversos especialistas entrevistados é procurar elevar a autoestima da criança em casa, ressaltando sempre suas qualidades e capacidades (veja quadro). Antes de tratar o filho como o coitadinho da história, no entanto, é preciso checar se não é o próprio comportamento da suposta vítima o motivo da rejeição entre os colegas. "A ausência de limites e o excesso de mimos em casa podem fazer com que a criança fique egoísta, chata, agressiva, enfim, não siga as regras básicas de convivência em grupo", alerta a psicóloga Ceres Alves de Araújo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A falta de entrosamento pode ter diversas origens, por isso é importante o trabalho conjunto entre pais e professores para a identificação e solução do problema. Algumas escolas promovem atividades e jogos em grupo, com o objetivo de reforçar a importância da socialização e do respeito mútuo entre as crianças, além de manter a fiscalização nos horários de intervalo para identificar os alunos que estão sempre sozinhos ou se metendo em confusões. "A escola tem obrigação de alertar os pais para os problemas enfrentados pelos filhos", diz a psicopedagoga Anna Paula Costa, orientadora pedagógica do Pitágoras, de Belo Horizonte.


Se no Brasil iniciativas como essas parecem isoladas, na Inglaterra e nos EUA o assunto ganha foros de debate nacional. Em inglês, a atitude é conhecida por bullying, algo como intimidar, atormentar, termo sem uma tradução exata em português. Nos dois países, há livros publicados, entidades especializadas na orientação para os pais e na defesa das crianças, bem como normas que obrigam as escolas a oferecer uma política clara de providências contra o bullying. Como sempre ocorre quando um tema ganha essa dimensão, aparecem abordagens fora de foco.

Na Inglaterra, por exemplo, o suicídio do garoto Jevan Richardson, de 10 anos, inflamou os ânimos e foi atribuído a problemas de socialização na escola. Nos EUA, o bullying chegou até a ser apontado como o estopim de episódios como a morte de treze alunos da escola Columbine, na cidade americana de Littleton, em 1999. Exageros à parte, a experiência de lá é claro que ajuda a clarear o caminho para quem se interessa em resolver a situação.

Foi divulgada na respeitada revista científica da Associação Médica Americana o resultado de uma ampla pesquisa com nada menos que 15.686 estudantes sobre o tema, centrada nos pré-adolescentes e nos adolescentes. "A ocorrência é vigorosa e, dadas as consequências negativas de longo prazo para eles, a questão exige atenção séria", conclui o relatório da pesquisa. Para essa faixa etária, comprovou-se que, no sexo masculino, a reclamação maior é de agressão física. Já entre as adolescentes, são mais correntes as agressões verbais e a disseminação de boatos sobre o comportamento sexual das colegas.

As escolas encaram o cyberbullying
A variante de bullying que tem dado mais trabalho para escolas, pais e estudantes é o virtual, também chamado de cyberbullying. “Na faixa dos 13, 14 anos, a mais crítica de todas, é frequente o desrespeito pela internet. Os alunos criam comunidades no Orkut, entram de forma anônima ou não e falam mal de outros”, diz Fábio Aidar, vice-diretor-geral do colégio do Santa Cruz, em São Paulo. “Para prevenir, fazemos um trabalho verbal, orientando os alunos para o bom uso da internet e lembrando a importância do respeito ao próximo.”

De modo geral, os colégios particulares vetam o uso de celular em sala de aula - o que evita que se filme alguma cena constrangedora para depois jogá-la na web, um tipo possível de cyberbullying. Em algumas instituições, ele é liberado no recreio e nos intervalos, ou quando há uma ligação importante a ser feita pelo aluno (desde que ele avise antes a direção da escola). Em algumas redes estaduais, como na do Paraná, há orientação para as escolas proíbam o celular, mas cabe a cada uma vetar concretamente ou não.

Sufocar completamente o cyberbullying é, porém, uma missão complexa, porque muitas das agressões virtuais são feitas pelos alunos a partir de suas casas. “Hoje, a nossa preocupação maior é com o que os alunos fazem fora da escola: as festas, as drogas e a internet”, reconhece o psicólogo Cristiano Braune Wiik, coordenador pedagógico do 1º ano do ensino médio do São Luís. Aqui, mais uma vez, as escolas centram fogo na prevenção. “Nós monitoramos a navegação no colégio e orientamos as família a fazê-lo em casa, ficando ao lado do aluno e verificando seus hábitos on-line”, afirma Nívea Fabrício, do Graphein, chamando atenção para o outro lado do combate ao bullying: a ação dos pais.

Xingamentos eletrônicos – Frederico, de 12 anos, identificado aqui por nome fictício, chegou a deixar três escolas por envolvimento em brigas. Em suas próprias palavras, estava sempre disposto a entrar em combate. “Quando me xingavam, eu já partia para a briga”, lembra. Era um agressor, mas também vítima do bullying – visto como vilão, acabou sendo perseguido e se tornando o bode expiatório da turma.

Ao lado de colegas de um de seus colégios anteriores, participou de uma comunidade na rede social Orkut que era um exemplo claro de bullying virtual: “Eu odeio a Gisela” – outro nome fictício. A página, que chegou a reunir 120 participantes, propunha uma enquete em que os visitantes podiam escolher uma maneira de ofender Gisela. “Burra”, “escrota” e “tonta” eram os adjetivos mais leves.

Transferido para o colégio Graphein, especializado em estudantes com dificuldades de adaptação, Frederico começou a deixar para trás as práticas. Mais calmo e sociável, é considerado um jovem em “reabilitação”.

Fontes:
VEJA on-line
VEJA.com

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

(Lição 05) Como organizar eficazmente o tempo de estudo

Organizar o tempo de estudo é uma competência que deve ser desenvolvida desde cedo. A elaboração de um horário de estudo pode facilitar essa tarefa.
Por Armanda Zenhas

A organização do tempo de estudo costuma ser determinada pelas datas dos testes. Em vésperas de um teste, estuda-se. Quando não há testes à vista, deixa-se para amanhã (ou para depois de depois de amanhã) aquilo que se deve fazer hoje. Aprende-se a técnica no Ensino Básico e ela perdura pela vida estudantil afora, determinando noitadas nos anos mais avançados e insucessos ou aprendizagens mal coladas em todos eles.

Organizar o tempo de estudo é uma competência que deve ser desenvolvida desde cedo. A elaboração de um horário de estudo pode facilitar essa tarefa. Os estudantes, principalmente se são muito jovens, precisam, para isso, do apoio dos professores e dos pais. Calvin, o nosso amigo da banda desenhada, aprendeu como o fazer e partiu para a tarefa muito entusiasmado, mas sozinho...


Calvin sabia que o seu estudo seria mais eficaz se organizasse o tempo. Ele sabia que devia prever um determinado tempo para estudar cada disciplina. Apenas se esqueceu de adequar os espaços de tempo às necessidades de estudo. Vejamos algumas regras para que essa organização seja eficaz:
  • Diariamente é necessário fazer revisões das matérias dadas nesse dia e os TPC.
  • Nos dias em que há menos aulas, deve ser feito um estudo mais aprofundado das várias matérias, incidindo particularmente sobre aquelas em que se tem mais dificuldades.
  • O estudo deve ser iniciado por uma disciplina de dificuldade média, seguindo-se as mais difíceis. Para o fim ficam as mais fáceis, visto já se estar mais cansado e menos apto a um grande esforço.
  • Ao fim de cada espaço de 20 a 40 minutos, deve ser feita uma pequena pausa, durante a qual não se deve ver televisão ou jogar computador, para que a pausa seja de fato pequena e não se perca a concentração no estudo.
  • O tempo a dedicar diariamente ao estudo depende do horário do aluno e do próprio aluno.
A competência de organização do tempo de estudo precisa de ser gradualmente desenvolvida e requer motivação. O papel dos pais é extremamente importante. Eles podem facilitar a criação de condições físicas em casa (local de estudo adequado, impedimento de interrupções ao estudo por parte dos amigos e dos irmãos, etc.), podem valorizar o trabalho dos filhos, podem dar-lhes apoio afetivo. Um elogio ou um carinho após cada pequena conquista podem ser preciosos reforços. Talvez assim os filhos aprendam a usar um relógio de cozinha ou um relógio mental que consiga medir tempos maiores e mais adequados do que o do Calvin.